Já disse que não procuro a felicidade? Procuro sim momentos onde a infelicidade quotidiana fica suspensa, à espera, no vazio, adormecida, deixando um espaço em aberto para outras coisas poisarem. Sou triste por natureza, muitas vezes tenho o peso do mundo nos meus ombros, uma opressão que de todo não me parece normal. Parece-me inconcebível que os outros consigam viver, respirar sem as coisas que para mim são primordiais, as mesmas coisas que tantas e tantas vezes me oprimem e angustiam. Como é que conseguem viver sem olhar o céu e sentir um arrepio na espinha, sem escutar a voz do meu primo? Como conseguem viver sem a poesia que quero rente, sem a música do eugénio, sem o corpo de um texto?
segunda-feira, novembro 1
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário