Mais uma vez te escrevo para colmatar o tédio da minha formação. Perguntas, concerteza, que novidades justificam o envio de mais um registo melancólico e nostálgico: eterna forma de pensar o meu mundo e o meu dia-a-dia.
Cara amiga, novidades só no Continente (resposta que a Paula costumava dar à mesma enfática pergunta!). Não notarás o tom prazenteiro da minha voz nesta carta, porque tais particularidades não sobrevivem ao registo escrito. Começo por te dizer que o Público agora custa 85 cêntimos, que a mulher/senhora que trabalha no café onde costumo tomar café (?) todas as manhãs é de uma antipatia atroz, que hoje vou fazer exame de código e que neste exacto momento sinto a minha energia evaporar-se, como se se tratasse de ar. Sucumbo nesta formação ao mais rude tédio, a um aborrecimento completamente inútil e inócuo. E sinto, sobretudo, o esmorecimento de uma inquietude intelectual que sempre formou o meu espírito. Sinto falta das aulas que punham o meu universo de pernas para o ar, que alteravam a percepção da realidade que nos envolvia. Sempre pensei que todo o conhecimento era válido, que poderia ser eventualmente aproveitado. No entanto, esta formação veio demonstrar que estava errada. Anseio apenas pela conclusão de tudo isto, para que depois possa fazer uma lavagem celebral e limpar a minha mente desta poeira.
A futilidade disto enerva-me, a intransigência de um tempo que teima em não passar irrita-me terrivelmente.
Hoje chove e não trouxe guarda-chuva... Ai ai
terça-feira, janeiro 11
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