domingo, janeiro 16

A repetição de uma palavra

Há dias em que sinto falta absoluta de Lisboa. Não da cidade geograficamente localizada, mas daquilo que ela em mim representa: essa hipótese de «cosmopolitismo», ainda que numa cidade tão provinciana, a hipótese de uma vivência urbana, desprendida e solta. Não sei como explicar a sensação sem cair em lugares comuns. Sinto falta de uma espécie de «urbanidade intelectual», que sei que existe apenas ao nível do meu imaginário. Sinto falta dessa profusão de formas de estar, viver e falar. Sinto falta da minha casa, com vista sobre a Avenida Dº Carlos, do 49, dos electricos, dos cafés e dos quiosques e do azul da faculdade. Dessa imagem de irreverência e de «esquerdismo» que decorava os muros daquela instituição que me formou.

1 comentário:

HRC disse...

Acho que te compreendo. A falta que sinto de Lisboa é, sem dúvida, do seu "cosmopolitismo", da possibilidade de poder ver nem que seja um filme que só se encontra no King. Isto de estar a sul, por mais que nos digam que depois de cá chegarmos, não queremos outra coisa, é uma treta, mesmo com o sol... Mas também tenho saudades do rio e de estar numa esplanada a contemplá-lo.