Acreditas em coincidências? Terão os meus pensamentos algum significado? Profetizarão algum encontro? Gostava de acreditar nisso. Mas de ti só me resta um cheiro, uma silhueta. Não me parece que vais voltar para mim, com as respostas que em silêncio te pedia. Caminho numa cidade, onde outrora chegamos quase a passear e ocorre-me pensar que talvez, talvez no virar daquela esquina eu vou esbarrar contigo. Mas eu atravesso aquela e muitas outras e tu nem no silêncio me alcanças. Vives numa cidade que aos meus olhos é estranha, cinzenta, repleta de prédios altos e vozes potentes.
Será que, na multidão de estranhos que te envolvem, procuras o meu rosto? Será que te apareço, saída das brumas da memória, quando deixas a tua mente repousar o suficiente? Será que procuras esses momentos de acalmia, para vasculhares no teu passado o som da minha voz, a minha imagem cinematográfica? Pergunto, pergunto, sem que nenhuma resposta surja, sem que nenhuma mensagem se reproduza. Porque as coisas não estão intimamente ligadas, chego à conclusão que os meus pensamentos, ou o número de vezes em que te intrometes na minha vida, não são sintomas de coisa alguma, não anunciam de todo o teu regresso, não profetizam a tua vinda. São singelos símbolos do tédio.
sexta-feira, maio 14
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário