sábado, novembro 13

You don't live here anymore

Talvez a principal diferença entre nós reside nas cidades que escolhemos amar. No nosso caso cidades rivais. Gostei de Lisboa desde o primeiro momento em que entrei nela. Quando a olhei do cimo do Castelo de São Jorge soube que Lisboa era a minha cidade, estendida sobre o meu silêncio, numa espécie de solicitude que nunca soube retribuir. Lisboa com os seus electricos, com os seus vendedores ambulantes, pedintes e desalojados, Lisboa tão cheia de contrastes e imperfeições é a cidade por onde caminho mesmo em sonhos.
Aceitou o meu coração partido e a minha alma faminta de ti, sem perguntas, sem hesitações. Ela vive em mim, independente de ti, das memórias que guardo do teu rosto moreno. A tua cidade cinzenta é só tua, estreita, secreta. Viana é o espaço que temos em comum e até mesmo esta cidade que nos abrigou se vai esquecendo de ti.
You don't live here anymore e escrevo o teu nome como se de um fantasma se tratasse. Desenho com ternura os contornos do teu nome e pergunto àquele lado de ti que sobrevive em mim há anos, se já me esqueceu. Pergunto insistentemente, sinuosamente ao lado mais obscuro do meu ser, porque é que te trago rente.

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