terça-feira, maio 29

O antes e o depois

Quem me dera ter o coração vazio. Quem me dera que existisse um manual de sobrevivência, que me ajudasse a sobreviver a tudo isto. Quem me dera saber expressar em palavras o manancial de coisas que sinto. Quero ter forças para recuperar a pacatez dos meus dias, voltar a ter como ferramentas de descoberta do mundo as palavras, os textos, a capacidade de me rir de mim mesma. Se calhar estou mesmo a precisar de umas férias, mudar de cenário, respirar fundo. As minhas atitudes e a minha vontade espelham um conjunto de clichés. Infantilmente espero que as coisas mudem, voltem a ser aquilo que eram dantes. Com a teimosia que somente as crianças têm, exijo de deus uma resposta, uma saída, alguma espécie de tranquilidade. É esse silêncio infantil que eu não consigo combater que me fere. É esse corpo que trazia perto, que podia explorar a meu bel prazer que me faz falta. É a ausência dele em mim que me magoa, o desejo de o ter, um cheiro que já não é um corpo, toda essa intimidade quase conjungal que se esfuma. É a culpa, a procura de respostas, o vazio de um espaço outrora ocupado por um terceiro.

1 comentário:

Unknown disse...

As vezes é incomunicável, náo é? Querer falar, mas não saber a precisão com a qual vão entender. E, por fim, a conclusão melhor parece ser o calar!

Bom. Na medida em que meu entendimento abarca os significados da sua linguagem, prometo me esforçar no que você tem a dizer.

Alíás, ainda estou tetando minha sorte com você. hehehe
Maldita descombinação! hehehe
Beijos