sexta-feira, junho 11

Entendes?

Sim, eu entendi isso – respondeu ele.
E eu pensei que era tão simples se Tudo se pudesse resumir a essa palavra: entendimento. Se tudo tivesse o sabor dessa palavra. Se o mundo inteiro pertencesse ao universo das coisas com sentido, universalmente aceites, colectivamente partilhadas. Mas a vida não funcionava assim, era de uma individualidade exasperante. Sempre soube que estava nua e só face à imensidão do mundo, que eu era um átomo. Sempre soube que se retirasse todas as camadas que me envolviam, sobrava apenas um corpo, tragicamente, deslumbrantemente só. Ninguém podia morrer por mim, comigo ou em mim. Suponho que da mesma forma ninguém podia viver por mim ou em mim.

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