quarta-feira, dezembro 13

Londres, 11 de Dezembro

Sinto que perdi a capacidade de me transportar e de traduzir em palavras essas viagens. Sinto a minha alma torpe assim como a minha capacidade de delirar. Será que perdi o jeito com as palavras? Se fechar os olhos onde fica o meu horizonte? As nossas emoções mudam e o nosso coração faminto habitua-se à ausência. Quero silêncio e tranquilidade, quero deitar-me sob augúrios auspiciosos, como se eles fossem um campo de feno. Quero a percepção da minha infância de volta, quero o cheiro das laranjas de volta, quero ver o céu estrelado da minha terra quando fechar os olhos e quero o M, quero o conhecimento do M, o riso, o humor, o meu nome na voz dele. E não sei o que escrever, o que sentir, assalta-me a certeza que o mundo é um lugar inóspido, e frio e que realmente só mesmo o calor de um corpo nos salva da loucura.

1 comentário:

enoch disse...

beijos!

;)