sábado, dezembro 30

New Year Resolutions

Aprender a fumar.
Beber mais.
Ler mais livros, na esperança que eles revolucionem a minha vida.
Sonhar com prados verdes e bucólicos.
Conservar a imagem da Bridget Jones, com o cabelo num rebuliço, numa imitação patética da Grace Kelly.
Ouvir Aimee Mann e imaginar que a vida é de facto um mosaico, em que todos somos personagens que cantam a mesma música.
Ir a Barcelona e fingir que sou uma cidadã do mundo e não uma portuguesa emigrada em Londres.
Fazer o meu próprio passaporte pessoal, ilustrando os lugares que quero conhecer, os livros que quero ler, os filmes que quero ver, os jardins nos quais quero passear.
Ir ao café mais vezes.
Beber expressos e comer pastéis de Nata e fingir que estou em Lisboa e tudo o que ouço são os sons quentes do meu idioma.
Ter uma participação activa no mundo, civicamente falando.
Tentar descobrir o que significa ser de esquerda.
Dizer às pessoas que são importantes para mim que são importantes para mim.
Não fazer promessas que não tenho intenções de manter.
Não sair com rapazes só porque eles me convidam.
Sorrir mais vezes até mesmo áquelas pessoas que são estúpidas, palermas e idiotas.
Rezar mais vezes.
Escrever todos os dias uma frase.
Planear as minhas próximas férias com cuidado.
Acreditar na possibilidade do amor.
Comprar uma almofada nova.
Enviar no próximo Natal Christmas Cards, como diz o Daniel.
Receber elogios com um sorriso nos lábios e flirtar com as pessoas que fazem parte do meu dia-a-dia.
Aprender a fazer sopa.
Sentir que deus está presente em todas as coisas, até mesmo na decepção.
Beijar o D com ternura.
Ver comédias românticas sem sentimentos de culpa.
Escrever cartas e entrega-las ao vento.
Acreditar que a vida também pode ser uma canção do Jorge Palma.
Aprender a viver com a certeza que o mundo não é a preto e branco.
Aprender que as diferenças não obrigam a um constante questionamento da minha identidade.
Recuperar a antropologia, revisitar lugares e formas de ver o mundo que outrora faziam parte de mim.
Aceitar o facto que a principal função da vida é pedagógica e não lúdica.
Criar outro endereço de e-mail.
Imaginar que sou uma heroina de uma qualquer novela brasileira, que sei exactamente aquilo que quero e que sou intrinsecamente boa e cheia de boas intenções.
Não perder o meu sentido de humor e a ingenuidade que ainda sinto viva em mim.
Não ter medo de afirmar que a tristeza é esteticamente bonita.
Acreditar que posso assinar a palavra 'merda', porque também eu atravessei os tunéis.
Trocar a Desperate Housewives pela série Weeds e manter-me fiel ao CSI e ao humor destructivo do House.
Continuar a ser o mesmo ser apático, resmungão, convalescente e miserável que sou.
Gritar cada vez que alguém me perguntar qual é a minha religião.
Dar graças a deus todos os dias por ser europeia, não católica, ter nascido no seio de uma familia disfuncional, por não ser vegetariana, por gostar de ice tea e café preto, por ter o telemóvel sempre no silêncio e viver em pânico devido as missed calls que frequentemente tenho.
Fazer resoluções para o próximo ano no próximo ano.

2 comentários:

Anónimo disse...

Agenda artística do cantautor Jorge Palma actualizada em www.bloguepalmaniaco.blogspot.com
newsletter/informações: contactar ladoerradodanoite@hotmail.com

enoch disse...

A primeira resolução parece-me poética mas perfeitamente dispensável. As restantes, adoro-as.
Adorava que viesses cá. Amanhã já terei mesa. Até lá continuarei a comer sentado no sofá. Mesmo assim, tens um cantinho reservado aqui em casa só para ti.
Gostaria que me falasses do Daniel... Não é normal que não saiba nada dele...
Falando do Daniel, ainda não recebi o meu Christmas card...
Beijos ternurentos,
David