domingo, julho 4

...Open your eyes...

Encontro na minha escrita uma espécie de compromisso com a vida, sendo que os caminhos que traço pelas palavras ilustram os caminhos que tento percorrer no meu dia a dia. Aquilo que quero alcançar através das palavras, esse desvendar de fontes, esse regresso aos primeiros passos, esse encontro com a palavra exacta é exactamente aquilo que tento transpor para a minha vida. Essa fidelidade com um ponto de origem primevo onde encosto tantas e tantas vezes a minha memória do mundo é o que procuro conservar rente a mim. Vivo e penso que o que sustenta o meu universo uterino é a mais frágil e ténue linha. «Não feches a porta à chave, não rezes a deus, não te debruces sobre a janela», porque mesmo sem tu quereres, ou até mesmo suspeitares todo o teu mundo pode desmoronar. Vivo na mais primária, quem sabe superstição, com a qual alimento o meu tão confuso dia a dia.

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